"Gestão pública tem jeito", afirma Gilson Daniel

Com o projeto em mãos, segundo ele, deve-se esquecer partidos e ir atrás do recurso, conversando com todos

| Assessoria de Comunicação

Com uma frase impactante e desafiadora, na contramão do que se fala comumente, o presidente da Associação dos Municípios do Estado do Espírito Santo (Amunes), Gilson Daniel, provocou os participantes a pensarem: “a administração pública tem jeito!”,  disse. Segundo ele, na experiência como prefeito de Viana, o planejamento estratégico, implantado de forma profissional, fez uma grande diferença e também o fez ficar convicto sobre a eficácia da gestão pública.

O prefeito alertou ainda que o mandato passa rápido. “Vocês terão menos de três anos para fazer as entregas. Não são quatro anos, mas 992 dias úteis. O tempo é curto e se os gestores não se organizarem, não conseguirão fazer as entregas que se comprometeram”, revelou.

Em Viana, para fazer o planejamento estratégico da cidade, parou a gestão por alguns dias e construiu um modelo voltado para resultado, pois, para ele, o prefeito tem que se concentrar no que se comprometeu. O planejamento serve para identificar o que é prioridade para a cidade e para o prefeito.

“E o que é prioritário? Aquilo com que você se comprometeu na campanha é o prioritário, o dia a dia das pastas deve ser preocupação dos secretários. Também não pode ter muitas prioridades para não perder o foco. Foram nesses projetos prioritários que coloquei toda a minha energia”, conta.

Gilson explica que, em seguida, deve-se montar o Escritório de Projetos, isto é, elaborar a carteira de projetos e a equipe para captar recursos. “Não adianta chamar um engenheiro para montar o projeto, porque ele faz só uma parte, outras questões devem ser pensadas para elaborar bons projetos e, para isso, é necessário contratar uma empresa especializada”, aconselha. Com o projeto em mãos, segundo ele, deve-se esquecer partidos e ir atrás do recurso, conversando com todos: governador, senador, deputados, governo federal para trazer o recurso.

Outra etapa do planejamento é o Cronograma de Execução e a composição do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM). O GGIM é coordenado pelo prefeito e se reúne a cada 15 dias para monitorar o que os responsáveis por cada projeto executou, o cumprimento dos prazos e o que está dificultando a execução. 

“Se construiu o projeto, conseguiu o recurso, agora tem de monitorar e checar se está sendo feito. Precisa acompanhar o cronograma para fazer a entrega no tempo, que é curto. Cada projeto tem de ter um responsável, não dois, nem três, mas um, para você poder cobrar”, disse. Gilson fecha dizendo que no final do ano deve-se parar novamente e avaliar os resultados, analisar o planejamento e conferir se precisa replanejar prazos, recursos ou pessoas.

Outra ponta do Planejamento Estratégico é a Comunicação com a população, para que os moradores conheçam e fiquem informados sobre quais são os projetos prioritários. “É importante falar com as instituições, sociedade civil organizada e associações. Além de usar as redes sociais para ampliar a comunicação, é importante também um informativo para a população, falando o que fez e a responsabilidade de cada um”, explicou Gilson Daniel.

“Peguei uma cidade endividada, com a autoestima lá embaixo, sem confiança. Entreguei uma administração sem restos a pagar, sem precatórios, com R$ 50 milhões em caixa e, o principal, a autoestima da população elevada”, afirmou Daniel.

Orientações para os prefeitos

Daniel afirma que é de suma importância que os prefeitos conheçam a sua cidade. Mesmo com uma transição tão curta, é importante ter todas as informações para não parar a prestação de serviço: coleta de lixo, início do ano letivo, atendimentos da saúde. A transição também serve, segundo ele, para que o prefeito eleito planeje o que pretende entregar nos primeiros 100 dias da gestão.

Outra questão pontuada por Gilson Daniel é a escolha da equipe. Para ele, os profissionais escolhidos devem ser aqueles com competência para área em que atua e que goste de gestão pública. “Equipe de governo não é fácil. Tente acertar o máximo possível. Não pode escolher pessoas desmotivadas. Para isso, escolha os melhores e não contrate um secretário que você não consiga demitir depois. Pois, secretário que não faz as entregas, deve ser demitido”, enfatizou.

Por fim, o presidente da Amunes lembrou que os prefeitos devem conhecer os planos macro das cidades, que dizem onde você está e quando vai atingir a meta, vão guiar a gestão e passar por ela. São os plano de saneamento, de regularização fundiária, de tratamento de resíduos sólidos, de moradia, mobilidade urbana entre ouros necessário cumprir para conseguir recurso federal.

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