Conheça a história de Boas Esperança

Cidade celebra hoje 57 anos de emancipação

| Assessoria de Comunicação

Boa Esperança foi um município emancipado em um momento político bastante conturbado, dois meses depois do golpe militar que culminou na ditadura no Brasil e um momento econômico ruim do Estado, com a erradicação do café devido ao grande estoque excedente no comércio mundial.  Ainda assim, sobreviveu a todas as intempéries com trabalho e otimismo e comemora em 3 de maio, franco crescimento e desenvolvimento sustentável.

Seu passado colonial está ligado diretamente a São Mateus e a Nova Venécia. Essa ligação, dada principalmente pela proximidade das três cidades, fez com que vários acontecimentos se entrelaçassem no decorrer dos tempos entre estes municípios.

Até o final do século XIX, Boa Esperança fazia parte do complexo Serra dos Aimorés, que compreendia ao Norte do Espírito Santo, Nordeste de Minas Gerais e Sul da Bahia, pertencente a São Mateus.

Por ter sido um dos últimos locais na região onde a mata se mantinha intacta até o início do século XX, foi escolhida como refúgio pelos poucos índios botocudos, que conseguiam sobreviver à ocupação branca que se alastrava na região de São Mateus, Nova Venécia, Colatina, por conta da construção das estradas de ferro Vitória a Minas e Bahia a Minas e da ponte Florentino Avidos, em Colatina.

Antônio dos Santos Neves, conhecido como Antonico, engenheiro civil mateense, responsável pela medição de terras em toda a região, foi quem voltou seus olhos para um pedaço do então sertão de São Mateus, totalmente desabitado e com fartura de madeira de lei.

Casado com a filha do Major Antônio Rodrigues da Cunha, o Barão de Aimorés, Antonico recebeu como dote, terras no entorno da Pedra do Elefante, em Nova Venécia, onde na época vivia com a família. O que pode ter sido o motivo para que as terras das matas em Boa Esperança não fossem registradas em seu nome.

No documento do processo de posse de terra, pertencente ao banco de memória do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, o pedaço de terra de 350 hectares, próximo ao braço Norte do Rio São Mateus e ao Córrego da Anta, que pela história foi escolhido por Antonico para aquisição junto ao Estado com intuito de montar uma serraria, está registrado como primeiro proprietário o seu primo, João dos Santos Neves, médico, também mateense, que morava em Vitória e que vem a ser o pai do então governador Jones dos Santos Neves.

O requerimento de posse da terra foi feito em 6 de junho de 1919 ao então presidente do Espírito Santo, Bernardino de Souza Monteiro. A aquisição custou 4:225$000 Réis, com 325$000 Réis de sinal, pagos em 20 de junho de 1919, e o restante da dívida foi quitada em 6 de maio de 1920.

As condições estabelecidas foram a geração de 12% de impostos para o Estado através da exportação da madeira, a colonização ser iniciada seis meses após a escritura lavrada e ter 120 hectares da terra beneficiados em oito anos.

Na descrição do pedido, o médico alega que as terras seriam usadas para abrir pastagens e cultivar cereais que serviriam de suprimento aos empregados, inicialmente, por conta da distância para aquisição de alimentos, e, mais tarde, quando as culturas estivessem bem estabelecidas, para exportação.

Em razão da necessidade de derrubada da mata para a colonização, a madeira não seria perdida, porque o novo proprietário se comprometia a instalar uma grande e moderna serraria para exportação da madeira que seria beneficiada, já que o transporte em toras seria mais difícil pelos terrenos acidentados na época e a grande distância até o Porto de São Mateus.

A escritura da primeira terra de Boa Esperança é lavrada em 8 de maio de 1920, quase um ano depois do requerimento feito por João dos Santos Neves. A medição foi realizada por Arthur Porto e não por Antônio dos Santos Neves, que assinava apenas como representante de seu primo.

A serraria é montada com máquinas que funcionavam a vapor, que vieram de navio e subiram o Rio do Norte, totalmente coordenada por Antônio dos Santos Neves.

Para conhecer mais, acesse www.boaesperanca.es.gov.br

Texto: Comunicação Prefeitura de Boa Esperança

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