Prefeitos apelam para ajuda de Estado e união, pedindo dinheiro para obras e recuperação de municípios

Devido às fortes chuvas, prefeitos calculam que reconstrução de municípios possa demandar, no mínimo, dois anos.

| Assessoria de Comunicação

Se nas rodovias estaduais o tempo estimado pelo governador Renato Casagrande para uma reconstrução parcial dos estragos é de um ano, em Itaguaçu e Barra de São Francisco –, dois dos municípios mais afetados pela chuva que caiu, com intensidade, sobre 63 das 78 cidades existentes no Espírito Santo –, prefeitos calculam que essa reconstrução possa demandar, no mínimo, dois anos.

Mas esse tempo está intimamente relacionado à ajuda técnica e financeira que esses prefeitos esperam receber dos governos estadual e federal.

“A capacidade de investimento das prefeituras no interior é próxima de zero”, diz o presidente da Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes), Dalton Perim, assegurando que, sem ajuda, muitas necessitarão até de três anos para recuperar as cidades, sem incluir obras de construção de moradias.

Sem solução

Ele lembra que há municípios que há dois ou três anos tiveram pontes destruídas por chuva e até hoje não conseguiram resolver esse problema.

Perim, que participou, na última sexta-feira (27), no Palácio Anchieta, de uma reunião do Conselho de Desenvolvimento do Espírito Santo, com presenças de autoridades do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, além de lideranças comunitárias – uma união de forças pela recuperação do Estado, liderada por Renato Casagrande – cita os R$ 200 milhçes do Fundo Estadual de Desenvolvimento ou “Fundo Cidades”, criado pelo Estado, como alvo de interesse das cidades afetadas.

Sonho

“Serei um cara realizado se conseguir fazer com que Itaguaçu volte a ser a cidade que ela era antes de sofrer os estragos causados pela chuva. Mas precisarei de ajuda” , afirma Darly Dettmann, prefeito de Itaguaçu.

Perdas

Prefeito de Barra de São Francisco, Luciano Pereira diz que só em calçamento destruído pela força das águas o prejuízo estimado é de R$ 15 milhçes. O município, que tem receita líquida de aproximadamente R$ 3 milhçes – dinheiro aplicado em folha de pagamento de funcionários, custeio e investimentos –, teve 40 pontes, 60 bueiros, 15 passarelas e dois quilômetros de estradas vicinais destruídos.

Luciano Pereira, que também teve sua casa alagada, contabiliza ainda destruiççes de 12 praças e do sistema de esgoto da cidade. E fala, com preocupação, do prejuízo no comércio, que causará queda da arrecadação de impostos.

Em Itaguaçu, o prefeito Darly Dettmann diz que se sentirá “um cara realizado” se conseguir, em três anos, fazer a cidade resgatar o padrão que exibia antes das chuvas que a deixaram com um cenário de guerra.

“Temos ainda cinco comunidades isoladas. O valor do prejuízo é incalculável”, diz Dettmann, que relata uma dificuldade, segundo ele, compartilhada por várias cidades do interior: a falta de equipes de Engenharia para calcular os estragos e elaborar projetos.

“Sabe qual o salário do secretário de Obras da minha cidade? R$ 3,5 mil. Não se consegue contratar um engenheiro com esse salário ”, garante Dettmann.

CLAUDIA FELIZ | cfeliz@redegazeta.com.br


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